20 de agosto de 2010

A Origem (Inception)

“Um filme para ser sentido mais do que pensado!”
Esta frase de uma amiga ajudou a representar o que pra mim parecia cada dia mais difícil.

Eu havia assistido ao filme “A Origem” na estréia e continuava pensando a respeito dele. Virava e mexia me vinha à cabeça uma cena, um diálogo, um olhar. Tentei escrever várias vezes, mas só conseguia senti-lo. Intensidade pra mim era a palavra que o definia.

A enorme quantidade de estímulos do filme, que para alguns poderia ser recebida como excessiva, ao meu ver serve para mexer com conteúdos inconscientes e significados pessoais profundos. E mesmo dias depois, após muito trabalho do pré-consciente, imagino eu, não se pode ter certeza de que se tornarão compreensíveis.

É quase como começar a ler Lacan... você entende, mas apenas intuitivamente.

Mas o que fica realmente claro no filme é a relação entre as personagens  e alguns conceitos psicanalíticos: restos diurnos, deslocamentos, desejos inconscientes e sentimentos e lugares aparentemente incoerentes.

Saí do cinema com a sensação de ter assistido uma releitura de Matrix, só que num molde psicanalítico bem mais direto, quase que impossibilitando uma análise com base num arcabouço teórico diferente deste.

Gostei demais!

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