22 de dezembro de 2010

Adeus ano velho

O ano acabou, dá para acreditar?


Para mim está difícil de assimilar.


Me pego perdida em meio aos dias da semana e do mês, olho o calendário com freqüência e fico com a sensação de ter esquecido algum compromisso com alguém, em algum lugar diferente do que eu me encontro no momento.


As vezes penso que essas sensações são reflexo de um ano intenso, cheio de relatórios, provas, atendimentos e leituras. Como se meus neurônios estivessem viciados em atividades e prazos.


Outras vezes penso que essa é a maneira pela qual meu inconsciente se expressa a respeito do desejo intenso que tenho por 2011.


E me surpreende ao me fazer perceber o quanto eu quero este novo ano. Sinto uma energia potente pronta para me lançar em sua direção.


Aos poucos 2010 vai se transportando para uma outra instância dentro de mim, sendo guardado, pedacinho por pedacinho, em meus arquivos de memórias até que grande parte dele caia no esquecimento.


Adeus Ano Velho!

12 de dezembro de 2010

Identidade

"Para Lacan, todas as identidades são equivocadas, no sentido de serem superficiais, parciais. Nós as usamos para funcionar no mundo, mas precisamos sempre lembrar-nos a que preço. A questão não é ficar sem nome, rejeitar a pergunta 'Quem sou eu?', mas dar continuidade à conversa sobre a identidade. É esse o trabalho da psicoterapia: aprender a assumir uma identidade e a questioná-la. Esse é um dos principais modos pelos quais falar ajuda".

Luepnitz, Deborah Anna. Os porcos-espinhos de Schopenhauer: a intimidade e seus dilemas. José Olympio: Rio de Janeiro, 2006. p. 190.

Esta e outras partes de livros interessantes você encontra no blog: http://aparteaparte.blogspot.com/, visite!!!

Realização profissional

Ser bem sucedido profissionalmente tornou-se uma cobrança social intensa desde a modernidade e passou a compor a lista de itens que supostamente garantem a felicidade prometida pela cultura capitalista representada pelo sucesso e pelo potencial de consumo.


Ontem fui a uma festa de aniversário e em dado momento iniciou-se uma conversa a respeito disso. Um dos convidados perguntou ao meu marido o que ele “faz da vida” e todas as atenções se voltaram para a sua resposta sobre ter abandonado uma carreira promissora no banco para cursar Psicologia em tempo integral.


Um mix de espanto, inveja e curiosidade tomou conta da roda, fator que em nada me espantou, já que essa reação é bastante freqüente diante desta afirmação, mas me chamou a atenção a resposta (no sentido de reagir a) do convidado que havia perguntado. Ele começou a declarar sua admiração à coragem pela decisão do meu marido. Num tom de entusiasmo ele dizia que concordava e entendia aquilo como uma atitude digna de cumprimentos! E logo depois falou um pouco sobre seu desprazer profissional no mundo coorporativo, falou de toda competitividade e stress e de como sonhava em deixar tudo e ir fazer faculdade de nutrição ou de educação física.


Isso tudo ficou na minha cabeça. Acabo de finalizar um curso de Psicologia de 5 anos e tenho pensado bastante sobre o tema “recomeço profissional”.


Ouvir aquele rapaz me trouxe orgulho por minhas escolhas, ainda gosto demais da educação física e agora poderei atuar também como psicóloga. Tenho muitos planos e nesse primeiro momento e o privilégio de permanecer num trabalho que gosto tanto e iniciar outro sem o stress financeiro de um começo, além de poder contar com a flexibilidade de tempo que ambas as profissões permitem.


Esse contexto não aplaca totalmente minhas inseguranças, mas fortalece minhas esperanças!


É preciso ter coragem e convicções firmes para optar ser feliz profissionalmente e acredito que muitas pessoas atualmente têm revisto as definições de sucesso e realização baseadas em dígitos da própria conta bancária!

7 de dezembro de 2010

Despedida

O fim faz lembrar o começo:
O frio na barriga
E todas as incertezas
Os planos futuros como luzes acesas


Coisas novas na agenda
E os sentidos nelas focados
Soma-se tarefas inéditas
Abandona-se hábitos passados


E o fim recomeça
Bem juntinho do início
Todo momento ao seu lado
Sussurrando com um suplício


É só questão de tempo
Lá vem o fim despontando
O meio passaria menos rápido
Não fosse o fim o apertando


A hora do adeus é inevitável
Mas só alguns conseguem ficar
Distraindo-se com lembranças do vivido
Que por vezes fazem o coração apertar


Outros preferem partir
Por vontade ou impossibilidade
De se despedir finalmente
E reiniciar o presente.

25 de novembro de 2010

Uma boa receita para o verão

Decidi experimentar uma receita nova e fui colocando os ingredientes que mais gosto e o resultado foi melhor do que eu pensava!
Fiz um prato de penne com Camarões e lula que ficou leve e saboroso e embora o parmesão e as azeitonas aumentem um pouco as calorias desta refeição, dá pra dar uma fugidinha da dieta sem muitos estragos!


Porção para 4 pessoas
Ingredientes:


250g de anéis de lula
350g de camarões rosa médios
4 tomates maduros
3 dentes de alho inteiros
Meia pimenta dedo de moça pequena picada
¼ de xícara de cebolinha
6 azeitonas pretas grandes picadas
200g de queijo parmesão italiano ou argentino ralado médio
Sal à gosto
6 xícaras de penne
1 colher de café de sal grosso


Preparo:


No dia anterior: Descasque e tire as sementes dos tomates e os corte em cubinhos pequenos, coloque numa vasilha de vidro, tempere com sal e azeite e coloque os 3 dentes de alho descascados e inteiros neste preparado. Deixe marinar por 12 horas na geladeira.
No dia de servir: Pelo menos 3h antes de preparar o prato, tempere os camarões e os anéis de lula com sal e separe.


Preparo do prato:


Comece a cozinhar o penne com uma colher de café de sal grosso.
Leve os camarões para refogar em fogo médio com azeite (ou manteiga) e alho (você deve colocar tudo junto, pois evita que o alho queime). 4 minutos depois, acrescente os anéis de lula e a pimenta e deixe refogar por mais 6 minutos, aproximadamente.
Então acrescente as azeitonas pretas bem picadas e a cebolinha.
Enquanto isso, aqueça os tomates picados por 1’40’’ no microondas, sem os dentes de alho (eles devem ser jogados fora).
Acrescente os tomates e 100g do queijo parmesão aos camarões e anéis de lula e mantenha em fogo baixo deixe por 2 minutos.
Junte à massa ainda quente e sirva, colocando na mesa o restante do queijo para quem quiser acrescentar.
Sirva de preferência com vinho branco.
Bon appetit!

22 de novembro de 2010

Sobre meu TCC, tema: Representação Social das Mulheres Contemporâneas: A Construção da Subjetividade frente às Pressões Sociais

Investigou-se as representações sociais da mulher contemporânea de classe média-alta, entre 35 e 45 anos, casada, com filhos, profissionalmente ativa de nacionalidade brasileira, com foco em sua experiência subjetiva frente às pressões sociais que contemplam: regras familiares, cuidados pessoais, cuidado dos filhos e relacionamento conjugal.
Buscou-se identificar os fatores estressantes contidos nesta realidade, bem como conhecer os ganhos pessoais e profissionais do lugar feminino na atualidade. O instrumento de pesquisa proposto foi a entrevista reflexiva e uma devolutiva realizadas individualmente. Os resultados foram avaliados através de uma análise qualitativa.
Como exemplo de aspectos importantes encontrados nesta pesquisa, temos a maternidade como um forte motivo para mudança na vida da mulher; mudanças essas que, vinculadas à felicidade de ser mãe, denotam o quanto esta nuance feminina permanece ligada à representação social da mulher na contemporaneidade.
Outro aspecto encontrado diz da sensação de autonomia e a satisfação da mulher mãe economicamente ativa, bem como a organização que este lugar requer, especialmente no que se refere à questão do tempo.
Também há um sentimento de sobrecarga de assunção de responsabilidades e, segundo elas, uma boa solução é a inclusão do homem nas atividades cotidianas e no cuidado com os filhos. Nossa pesquisa identificou que há um impacto visto como positivo da independência feminina sobre o relacionamento conjugal.
Esses dados nos permitem concluir que pesquisa é bastante interessante, ampla e capaz de nos encaminhar rumo à compreensão da subjetividade da mulher contemporânea frente às pressões sociais.

12 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2

Nos últimos dias ficou difícil assistir ao filme Tropa de Elite 2. Filas e mais filas marcaram a semana de estréia, culminando em mudanças de planos dos aspirantes a expectadores, fosse de programa ou de filme pra ver.


Finalmente na segunda antes do feriado conseguimos um bom horário pra ver o filme de José Padilha que estreou em 696 salas do país no dia 08 de outubro e ultrapassou a marca de 1,25 milhões de expectadores dois dias após a primeira exibição, atingindo um recorde histórico para um filme nacional. Pra se ter uma idéia, o filme vem superando fenômenos de bilheteria como “Eclipse”.


Tropa de Elite 2 é ainda melhor que o primeiro! Aborda a violência pelo ponto de vista dos policiais e mostra a falta de perspectiva da população brasileira diante desta realidade.


Embora o filme se dê na cidade do Rio de Janeiro, fica impossível não pensar que em todos os outros pontos do nosso país a violência cresce absurdamente a cada dia.


Mas a violência desta vez não é atribuída a jovens ricos consumidores de drogas. O roteiro aborda a corrupção na política e entre os policiais.


Wagner Moura, acredite se quiser, se supera...está extraordinário na “pele” do Capitão Nascimento.


Saí da sessão torcendo pra que os expectadores, ainda que inconscientemente, repensem a permanência do PT no poder, já que Dilma insiste em valorizar a ajuda do governo federal ao Rio de Janeiro e o filme, embora se classifique como uma ficção, mostra muitas faces de situações ocorridas no Rio nos últimos anos.

6 de outubro de 2010

Fórmula Academia

Vivi tantas coisas aqui, fiz muitos amigos, discuti algumas vezes, falei mal, falei bem, chorei pouco e abracei muito. Me lembro do primeiro dia em que entrei por estes corredores, fiquei encantada, deslumbrada, muito impressionada! Quanta beleza, quanta modernidade e que bom gosto!
No mesmo instante decidi:”Vou trabalhar aqui!”

Liguei pra um amigo que me apresentou para a coordenadora da época e em menos de 1 mês, estava eu trabalhando na maior academia da América Latina.

Me lembro que adorava ficar horas treinando, batendo papo, trabalhando, tudo era bom! Doze anos depois...continuo apaixonada.

Sou grata por todo trabalho que consegui aqui dentro, grata pelas pessoas que conheci e pelas amizades que se intensificaram neste espaço. Me lembrarei pra sempre de cada festa de final de ano, de cada aniversário, chás de cozinha, de bebê e casamentos dos quais participei.

Desde segunda passada as coisas estão diferentes, o logo da Fórmula desapareceu das paredes e outro logo tomou seu lugar. Novas salas, novos equipamentos, nova decoração, nova arquitetura...

Me despeço aos poucos de tudo que o nome Fórmula Academia representa pra mim e guardo carinhosamente todos os momentos que vivi aqui.

Um novo tempo está chegando, um novo nome já chegou e embora seja difícil dizer adeus a uma representação tão importante, digo agora! Mas não sem antes deixar registrado o que significa pra mim.

Começo agora uma nova fase no mesmo lugar, com muitas das mesmas pessoas de doze, dez ou cinco anos atrás, dividida entre a alegria de continuar sendo parte viva deste lugar e a tristeza de deixar pra trás um nome tão expressivamente cheio de memórias.

23 de setembro de 2010

In Treatment

Independentemente dos interesse e da ocupação profissional, dificilmente encontramos alguém que não goste do tema Psicologia.

Talvez por causa do desejo de saber um pouco mais do nosso funcionamento emocional e mental, que faz parte da busca neurótica por explicações: sobre mim ou sobre o outro.

In Treatment é uma série de TV americana, transmitida aqui no Brasil pela HBO que mostra Psicoterapia de uma forma inédita, bem próxima do real. A série, que está “de férias” no Brasil, estreiará sua 3ª temporada nos EUA em outubro.

Os episódios costumam ser transmitidos diariamente (5x/semana) sendo que, em quatro dos episódios o Dr. Paul Weston (Gabriel Byrne) atende um de seus pacientes e no 5º é atendido por sua analista. Até o final da temporada, cada paciente chega a ser atendido em média 9
vezes.

Embora o cinema há muito aborde a Psicoterapia ou, mais especificamente, a relação entre Paciente e Analista, este seriado apresenta o “setting” terapeutico ao pé da letra, considerando inclusive as questões contratransferencias que surgem e são, algumas vezes interperetadas e em outras, atuadas.

A série é produzida por Rodrigo García Barcha  e é vencedora de um Globo de Ouro e dois Emmys. Foi baseada na série israelense Be’tipul de Hagai Levi.

Os pacientes da 1ª Temporada são:
* Segunda-feira: Laura com profundas questões transferenciais.
* Terça-feira: Alex um oficial da marinha enfrentando situações emocionais intensas.
* Quarta-feira: Sophie, uma ginasta de 16 anos, sofrendo com sua inabilidade para se relacionar (com seus próprios desejos e com o Outro). Sophie é minha predileta, uma história tão emocionante que me fez chorar em alguns momentos.
* Quinta-feira: Jake e Amy numa terapia de casal.
* Sexta-feira, Paul é atendido por Gina (Dianne Wiest), sua analista.

Sei que sou suspeita pra falar do assunto, mas a série é mesmo incrível, inclusive está também é a opinião de algumas pessoas que não são da área da Psicologia, mas que adoraram o seriado. Vale a pena ver.

8 de setembro de 2010

Resposta ao tempo

Estou lendo um livro muito bom chamado: Tempo e Subjetividade no Mundo Contemporâneo: Ressonâncias na Clínica Psicanalítica de Marília P. B. Millan.
A autora nos leva a pensar na influência intensa do tempo sobre a subjetividade do “homem” contemporâneo ao falar da velocidade capitalista e tecnológica de um tempo/espaço globalizante que pressiona e altera a nossa percepção de presente, passado e futuro e dá a sensação de fluidez sobre os momentos, sobre a vida, sobre as relações.
Ainda não terminei minha leitura. Por enquanto, quando leio, me pego "cantando Nana Caymmi" e fazendo muitas associações psicanalíticas que a música e o livro permitem.


Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

20 de agosto de 2010

A Origem (Inception)

“Um filme para ser sentido mais do que pensado!”
Esta frase de uma amiga ajudou a representar o que pra mim parecia cada dia mais difícil.

Eu havia assistido ao filme “A Origem” na estréia e continuava pensando a respeito dele. Virava e mexia me vinha à cabeça uma cena, um diálogo, um olhar. Tentei escrever várias vezes, mas só conseguia senti-lo. Intensidade pra mim era a palavra que o definia.

A enorme quantidade de estímulos do filme, que para alguns poderia ser recebida como excessiva, ao meu ver serve para mexer com conteúdos inconscientes e significados pessoais profundos. E mesmo dias depois, após muito trabalho do pré-consciente, imagino eu, não se pode ter certeza de que se tornarão compreensíveis.

É quase como começar a ler Lacan... você entende, mas apenas intuitivamente.

Mas o que fica realmente claro no filme é a relação entre as personagens  e alguns conceitos psicanalíticos: restos diurnos, deslocamentos, desejos inconscientes e sentimentos e lugares aparentemente incoerentes.

Saí do cinema com a sensação de ter assistido uma releitura de Matrix, só que num molde psicanalítico bem mais direto, quase que impossibilitando uma análise com base num arcabouço teórico diferente deste.

Gostei demais!

7 de agosto de 2010

Foto Livro

Eu sou apaixonada por fotos! Adoro fotografar, ser fotografada, editar as fotos, imprimir, enviar ou receber fotos por email, enfim...

Além de eu ser do tempo em que as fotos eram reveladas.

Lembra? Nessa época só conseguíamos ver se a foto ficou boa muito tempo depois, já que iam pra um laboratório pra serem reveladas, ou seja, passar pro papel.

Olhos vermelhos ou fechados, boca aberta, imagem tremida ou irreal em relação à verdadeira beleza de pessoas pouco fotogênicas, tinham um único fim: eram rasgadas, apesar de terem sido esparadas e pagas!

A expectativa aumentava ainda mais quando o filme comprado era “de 36” (fotos), pois a revelação só se dava depois de todas as fotos tiradas.

Mas acho que o pior de tudo era o risco de que as fotos tivessem um trágico fim. Se por qualquer motivo a máquina abrisse ou o filme fosse mal colocado, todo o trabalho poderia ser perdido, a luz que entrava na máquina "queimava" as fotos. Daí, aliás, é que veio a expressão "Queimar o filme" que a garotada de hoje repete sem ter noção nenhuma do sentido que tem.

Apesar da evolução pela qual a fotografia passou e seu infinito potencial de ajuste ao nosso bel prazer com as modernas técnicas do photoshop e a possibilidade de tirar uma segunda foto na mesma pose, caso não se goste da primeira, sinto falta de fotos no papel.

Acho que, ainda que você abra arquivos de fotos no computador e, se quiser, preste atenção nos detalhes, não é a mesma coisa.

Por exemplo, se estiver sozinho, não tem com quem comentar e se estiver acompanhado, principalmente em grupo, estará disputando o melhor ângulo de visão da tela. Não tem aquilo de pegar na mão e de ver de novo que só a foto revelada permite.

Se você, como eu, adora fotos e sente faltas parecidas com as que eu escrevi aqui, seus problemas acabaram!(Hehe)

Trata-se da dica que recebi de uma amiga. Um site onde você pode criar mais do que um álbum de fotos, mas um Foto Livro bem bonito.

Nos últimos dias estive fazendo a Foto Livro da minha viagem de férias e ficou incrível!

Segue o endereço do site: www.fotolivro.com.br. Você deve acessar e baixar um programa chamado D-Book, este programa te dá opção de instalar variações que vão valorizar o layout de cada página do seu livro (fundos, layouts e molduras coloridas e preto e brancas).

É muito gostoso de fazer, além de ser um presente original pra você mesmo ou pra um amigo. Depois de montar seu Foto Livro, você vai finalizá-lo e comprar pela internet mesmo, eles entregam em casa.

8 de julho de 2010

Ad Infinitum, by Paula Dias

Com todo prazer quero postar o texto de uma amiga da época de colégio...PAULINHA!!! Sempre que eu lia este texto morria de vontade de citá-lo aqui e acabei pedindo à ela.

"Um impulso largado num largo pulso. E eu vivo tentando me convencer de que é melhor parar com essa coisa de ser gente superlativa e adotar uma postura mais blasé diante da vida. Eu me digo "agora já deu, daqui pra frente vai ser tudo diferente". E, cinco minutos depois, eu desisto da minha própria desistência. Porque eu estou para racionalizar e fracionar as emoções assim como a vida está para ser previsível: são coisas inversamente proporcionais, absolutamente incompatíveis. Eu gosto da trabalheira que dá esse vrummm no peito, causa e efeito do meu coração acelerado ad infinitum. Entende? Eu não tenho opção, foi a intensidade quem me escolheu. Há uma alma rebelde a contenções morando dentro de mim, e eu não mando nela"



Leia mais textos deliciosos como este no blog da Paula: http://desventurasbipolaresnaterradotranse.blogspot.com/

7 de julho de 2010

Férias!

Nem acredito que enfim chegaram as férias...eu estava MESMO precisando! Gosto demais de férias, mas quem não gosta?!

Quando eu era criança, sonhava pra que chegassem logo e aproveitava ao máximo cada segundo. Brincadeiras de rua eram as minhas prediletas: queimada, taco, esconde-esconde e pega-pega. Os patins também não ficavam pra trás, era tudo tão divertido! Férias das aulas de Piano, do ballet, da escola...! Tudo que havia pedido a Deus.

Acordar mais tarde, nada de dormir cedo e nem de lição de casa pra fazer. Professora agora, só eu mesma! Eu tinha uma lousa tamanho família e adorava dar aulas pras minhas amigas e primas na garagem de casa.

Também me lembro das noites de férias lá em casa, tínhamos uma mesa de Snoker e outra de Pebolim, “brinquedos” suficientemente atraentes pra juntar a meninada toda num salão que ficava nos fundos da casa. Estas noites eram incríveis!

Mas de todas estas lembranças existem algumas que ocupam o lugar de sessões especiais de férias, as viagens. Minha mãe conta que numa sexta-feira à tarde, meu pai chegou e disse: "Vamos dar uma volta!", colocou a família toda no carro e foi dirigindo sentido a Rio Santos, parou em Parati e depois em Angra até que chegamos no Rio de Janeiro e ele decidiu: "Melhor dormirmos por aqui!". Passamos numa loja e compramos pijamas e, por fim, passamos o final de semana por lá mesmo.

Meu pai e depois todos nós lá de casa, era apaixonado pelo Rio de Janeiro (cidade onde ele serviu no exército com pára-quedista) Copacabana de preferência e embora tenhamos feito muitas viagens de carro a outros lugares como Argentina, Uruguai, Foz do Iguaçu, Bahia e Rio Grande do Sul, entre outros, o Rio sempre nos pareceu o melhor destino.

Por exemplo, o Ano Novo, sempre no Rio! Que continuava, ano após ano, lindo!

Estas viagens de carro eram boas desde os primeiros momentos na estrada. Minha mãe cantava músicas e contava histórias, obviamente, nos intervalos das fitas que tocavam os Boleros prediletos do meu pai. De vez em quando ainda acordo cantando ou assoviado algum deles.

Meus irmãos me obrigavam a sentar no meio do banco e eu, caçula, não tinha muito como discutir, morria de inveja de não ir sentada na janelinha. Mas teve uma vez que consegui! Fui na melhor janelinha de todas, a janelinha do avião no qual fizemos nosso primeiro vôo, Ponte Aérea São Paulo-Rio, lógico. Isso foi incrível!

Hoje, adulta, em meio aos preparativos pra minha viagem de férias da próxima semana, me peguei com essas lembranças na mente e me deu uma saudade tão grande...!

Saudades das minhas férias de infância e saudades do meu pai.

29 de junho de 2010

Todas transpiramos pelas mesmas coisas

Estava pensando o quanto este slogan da nova propaganda da Rexona, estrelado por Camila Pitanga, diz a nós mulheres.

Quando assisto a ela, me lembro da pesquisa na qual estou envolvida (meu TCC), cujo tema é: Mulher Contemporânea: As pressões sociais e sua subjetividade.

O objetivo deste estudo é investigar as concepções da mulher contemporânea: casada, com filho(s) e profissionalmente ativa, na tentativa de compreender sua forma de ser diante da manutenção do lugar do feminino.

Outros aspectos observados foram os fatores estressantes contidos nesta realidade, bem como os ganhos de ter uma vida social potencialmente mais ampla, em termos pessoais e profissionais, comparados aos de épocas anteriores.

Foi muito gostoso entrevistar estas mulheres e ouvi-las contar pelo que transpiram, todas pelas mesmas coisas, certamente: tempo com os filhos, prazos profissionais a serem cumpridos, cuidados pessoais, relacionamento conjugal, criatividade e energia extra para lidar com o mito de beleza da sociedade contemporânea e uma intensa preocupação em não abandonar seus sonhos familiares, que incluem o desejo de ter outros filhos, embora este sonho seja deixado de lado, em alguns casos, por causa do receio de não dar conta de um quantum extra de suor.

Mas esta é apenas uma porção de toda população feminina mundial a experimentar realidades jamais pensadas antigamente. Ao todo somamos milhões de gandulas sudoríparas, ativadas pela determinação e garra femininas.

Sem esquecer que, durante muito tempo a nossa expressão esteve bloqueada pelo machismo que nos calava com suas regras discriminatórias, promovendo´, inclusive, a extinção da possibilidade de desejar e de se queixar.

Apesar de hoje vermos destacada a importância da representação social feminina, muito ainda há para ser conquistado. Meu desejo é que nesta caminhada possamos ter mais suor do que lágrimas.

Leia sobre o tema::

ARÁN, M. Os Destinos Da Diferença Sexual Na Cultura Contemporânea. Revista Estudos Feministas, July/Dez 2003, Vol 11, n.2, Florianópolis. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2003000200004&script=sci_arttext&tlng=in

CORREIA, G. B. Sexualidade e Maternidade: “nós” e “laço” de um fenômeno cultural. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 1997, nº 1, v8, São Paulo. Disponível em: http://www.adolec.br/bvs/adolec/P/pdf/volumes/volume8_1.pdf#page=11.

SOUZA, D. B. L.; FERREIRA, M. C. Auto-estima pessoal e coletiva em mães e não-mães. Psicologia. Estud. , [online]., vol. 10, n. 01, pp. 19-25. ISSN 1413-7372. Maringá, 2005
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722005000100004&script=sci_pdf&tlng=pt

ROUDINESCO, E. A Família em Desordem. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2003

WOLF, N. O Mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Editora Rocco LTDA. Rio de Janeiro, 1992.

27 de junho de 2010

Óidipous (Édipo), filho de Laios

Na última sexta-feira, fui assistir ao espetáculo teatral: Óidpous, filho de Laios, uma transcrição do texto de Sófocles: Édipo Rei.

Entende-se por transcrição a criação que se dá a partir de uma tradução de tal forma seletiva, que produz um texto original.

No caso desta peça, assistimos a uma interpretação de ordem Psicanalítica e Filosófica da estória de Édipo, baseada, porém, num ponto de vista diferente do de Sófocles: centraliza a maldição herdada por Édipo dos atos de Laios, seu pai, e aborda a ignorância do filho diante dela, fazendo uma interessante relação entre o enigma da esfinge e o significado de seu nome.

Outro detalhe que diferencia o texto é apresentação do oráculo de Delfos como a representação do que se encontra inscrito no inconsciente e que permanece obscuro, embora insista em ressurgir e se ver cognoscível e satisfeito, num mover próprio do recalcado.

A peça mistura conteúdos gregos, como algumas palavras usadas no roteiro, e figurino, segundo o autor, inspirado nos índios do Xingu.

Em termos estéticos, esta é uma produção bastante interessante, o visual indígena se destaca em corpos definidos e expressões corporais que misturam leveza, intensidade e delicadeza, esta última distinguida em movimentos expressivos de mãos que se sobressaem aos rostos escondidos por máscaras e pinturas.

Esta mistura de linguagem, figurino, expressão corporal e a música – algumas vezes barulhenta demais, foi o que me ligou ao espetáculo, despertando mais conteúdos inconscientes do que o próprio roteiro, prejudicado por uma preocupação, aparentemente intensa do diretor, em garantir a impossível obviedade do simbólico.

Esta composição teatral peca naquilo que deveria ser sua principal estratégia: deixar que o latente atue no papel principal de maneira a possibilitar aos espectadores insights talvez suaves, embora não menos poderosos, do que o ruído mudo que toma conta do nosso psiquismo diante das diferentes formas de expressões artísticas.

A sensação que eu tive, foi que alguns detalhes desta produção, como as duas explicações contextuais dadas pelo diretor no começo e no meio da apresentação e a inclusão de uma piada sem graça, além de um palavrão atual e pouco harmônico ao conjunto, impediram que instintivamente percebessemos a oscilação afetiva que uma boa composição teatral nos provoca.

É como se a produção tomasse o papel de um ego frágil que se defende para impedir elaborações que parecem ameaçar a segurança da costumeira estagnação que tenta defini-lo a todo instante.

Enfim, o espetáculo poderia ser bem mais tocante, não fosse a aparente preocupação didática (e intrusiva) do seu criador ao que se refere aos conceitos e à compreensão Psicanalítica.

No final do espetáculo, dois psicanalistas discutiram a produção, que de muito longa, acabou provocando a saída da maioria dos espectadores e deixou a platéia quase vazia nesta hora.

22 de maio de 2010

Laranja Mecânica: uma análise sob a perspectiva ética

O Laranja Mecânica (1971) mostra um futuro próximo, no qual a sociedade seria um caos. Para expressar essa idéia, a trama apresenta o cotidiano de Alex e seus amigos, governado pelo prazer na violência extrema. Em função disso, Alex vai preso por assassinato e, posteriormente, passa por um tratamento “moderno” que consiste em condicioná-lo ao padrão de conduta social vigente. O filme apresenta sinais da transitoriedade da moral moderna para outra da chamada Era pós dever, vista aliás, nos dias de hoje.

A Ética Filosófica Moderna está atrelada à noção de dever absoluto e tem como intuito libertar o homem do poder de seus impulsos irracionais, para isso, disseminou um método sistemático de conduta racional.

Este sistema de regras se apresenta recortado pela obrigação moral que estabelece disciplinas repressivas possibilitadas por meio da “primazia do controle no cotidiano moderno” (FOUCALT, 1996). Atrelado a isso, estão promessas de felicidade e realização possíveis, desde que sob a obediência ao sistema.

Esta combinação de fatores acabou por promover mecanismos de inclusão e exclusão, na medida em que as demandas sociais dos grandes centros tornavam-se incontroláveis. Eis a ambivalência da ética moderna: a impossibilidade prática de responder aos seus ideais, gerando contradições significativas.

O mal estar causado por essa realidade culminou na crise que impulsionou as sociedades ocidentais à nova perspectiva cultural e ética classificada pela Era do pós dever, discussão encontrada no filme Laranja Mecânica, que vislumbrou da falência da Ética Moderna e suas regras, tidas como eficazes na extinção de valores anormais à sua perspectiva.

Inaugurando modos inéditos de comportamento, Alex e seus amigos buscam o oposto das regras modernas de moral e repressão e têm como ideal de prazer a quebra de paradigmas sociais, eles são os “estranhos” que não se encaixaram no modo de vida imposto pelo sistema capitalista, denunciando que não há uma ordem total.

Um cenário bastante confuso, no qual convivem diferentes fenômenos que mesclam a moral moderna e era do pós dever, identificados nas máscaras usadas para cometer atos de vandalismo, dando uma idéia de dualidade; bem como o fato dos garotos beberem leite antes de sairem para praticar atos de vandalismo, o que denota a idéia da pureza perseguida pela modernidade ao mesmo que faz alusão ao nazismo (também representado nas roupas e nas atitudes de Alex e seus "druguis" - palavra originária do russo druk, amigo), e, por fim, a devoção à 9 sinfonia de Beethoven, usada como uma ode à moral e à cultural da época de sua criação. Lemos:

“Lipovetsky (2005) caracteriza essa convivência de dois discursos contemporâneos afirmando que de um lado, há um novo impulso moral; de outro, há o abismo da decadência, atestado pelo aumento da violência, da delinqüência e dos movimentos fundamentalistas, além do aumento das drogas e as novas formas de miséria” (MAIORINO, 2007, p. 1).

O tratamento pelo qual Alex passa na trama sugere a ideologia Moderna em sua totalidade: ele é um estranho frente à sociedade e por isso é submetido a uma técnica que busca condicionar o jovem de forma a encaixá-lo aos valores modernos, a ciência é posta em prática na busca pela ordem.

O filme também faz alusão ao Panopticum – modelo prisionário analisado por Foucault:

“O tratamento Ludovico visa a sujeição direta e automática, involuntária do indivíduo desviante através de seu condicionamento corporal, inscreve-se assim no moderno regime escópico do panopticum precisamente como um mecanismo automatizante de controle destinado á prevenção de falhas do funcionamento social disciplinar. A história do tratamento Ludovico é uma história falhada” (FREITAS, 2008. p.28)

Frente a estes aspectos, o filme apresenta a dicotomia entre a valorização do indivíduo, decorrente do contexto histórico da pós modernidade (neo individualismo) e as concepções ainda não abandonadas a respeito da adequação ao que é socialmente aceito – representando os ideais modernos.

Leia mais em: FREITAS, M.R.B. “O Panoptismo no Cinema: a Construção do Espaço Através do Olhar”. Disponível em: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0610539_08_pretextual.pdf

Surpresa

De repente retorna
Um passado distante
Com sintoma ofegante
E promessa de volta

Espero na porta
E penso ao abrir
Melhor dar meia volta
E te deixar partir

Choro e sorriso
Amor e saudade
Ameaça e perigo
Ou Felicidade?

Notícias cedidas
Enfim a despedida
Verdade despida
Um ponto final.

16 de maio de 2010

Pesto de Rúcula

Pesto vem do italiano pestare, que significa triturar. Antigamente, na Itália, este processo era feito por meio de um mortajo, que consiste em um pequeno pilão de mármore, mas hoje em dia usa-se o prático e eficiente amigo liquidificador.

O molho pesto necessariamente leva muito azeite e nozes, além de um bom queijo italiano ralado, mas, diferentemente do que muita gente pensa, o molho pesto não precisa ser necessariamente feito com manjericão. Uma receita deliciosa de pesto feita com rúcula agrada o paladar de qualquer convidado, pode acreditar!

Nas palavras da profissional Marcella Hazan, autora do livro “Fundamentos da cozinha italiana clássica”: “O pesto nunca é cozido ou aquecido e, ainda que possa eventualmente ser muito bom para a sopa de legumes, tem apenas um grande papel: o de ser o mais sedutor de todos os molhos para massas”.

Há 2 meses fui a um restaurante e experimentei um Tortelloni de Cogumelos ao Molho Pesto de Rúcula. E decidi preparar este prato aqui em casa.

Passei logo cedo numa casa nova de massas em Pinheiros, mas infelizmente não encontrei o Tortelloni de cogumelos. Acabei comprando outra massa com recheio de mussarela de búfala e manjericão. Depois fui até o Mercado Municipal de Pinheiros e comprei a noz e o queijo.

Ficou bom demais! O pesto de rúcula tem um sabor mais suave do que o de manjericão e, por causa das folhas maiores, rende mais. Pode-se também acrescentar um pouco de manjericão neste molho pra intensificar o aroma do prato, eu não o fiz, porque a massa que comprei era recheada com manjericão.

Segue a receita do molho. Esta quantidade serve 4 pessoas:

PESTO DE RÚCULA

• 1 maço médio de rúcula

• 8 ramos de salsinha

• 3 dentes de alho

• 1 xícara (chá) de azeite de oliva

• 50g de nozes

• 80g de Parmesão Italiano Cativa (5 colheres de sopa cheias)

• Uma colher de sobremesa de Sal grosso


Preparo:

Lave a rúcula, seque e elimine a parte mais dura dos talos. Coloque o alho e o azeite de oliva no liquidificador e bata até obter uma pasta. Acrescente a rúcula e bata na função pulsar até triturá-la. Adicione as nozes, o queijo, o sal (e se quiser um pouco de pimenta do reino) e bata por alguns segundos. O molho está pronto.

Na hora de servir, misture ao pesto 2 colheres de sopa da água fervente usada para cozinhar a massa. Sirva com a massa recém cozida em pratos aquecido.

Dica: Para congelar o pesto: Prepare o molho até o final da segunda etapa e congele-o sem o queijo, que deve ser adicionado quando o molho for descongelado, apenas na hora de servir.

Uma colher de sopa tem 90 calorias!

14 de maio de 2010

INside

Um sorriso, um olhar
Tantas idéias na mente
A interpretação do desejo
Impede o contato frente a frente

Pro suspiro não virar gemido
E trair o disfarce adquirido
Pra que se mantenha o proposto
Em prol de coração disposto

Vontades indizíveis
Desejos escondidos
Um toque permitido
Mas no íntimo proibido

Energia e movimento
Camuflados no silêncio
Energia e movimento
Paralisados no tempo

Querer querer e temer querer
Querer não querer e não conseguir interromper
O controle sobre mim e o impedir da ação
O controle de você anseia a movimentação

Os cheiros despertam o instinto
Provocam arrepios sucintos
E a mistura do antigo e do agora
Faz ressurgir sem demora

Aquilo que ficou suspenso
Agora sob perigo intenso
Por causa de uma paixão forte
Que nos faz perder o norte

9 de maio de 2010

Ecologizando-se

Na época de Avatar, até os assuntos estão sendo reciclados. Quem poderia imaginar, há não muito tempo, duas amigas num café falando sobre sustentabilidade?!

Pois ontem, eu e uma amiga estávamos conversando sobre responsabilidade ambiental e conseqüentemente sobre a culpa neurótica que nos arrebata quando, por exemplo, saímos com várias sacolas plásticas do supermercado.

Eu fico tentando colocar várias coisas numa única sacola e chego a sentir uma pontada enfá(R)tica no peito quando o caixa do super resolve colocar uma sacola dentro da outra pra evitar a queda de uma garrafa de vinho ou frutas pesadas e tomates.

O pior é pensar que preciso das duas, porque a qualidade das sacolas nos mercados é tão ruim que corro o risco de desperdiçar a bendita garrafa de vinho pelo chão e desperdício, você sabe, é crime ambiental.

As vezes essa culpa vem em patamares mais elevados, outras vezes só ameaça aparecer.

Um exemplo disso é quando estou no segundo banho demorado e sempre quente do dia: a culpa quer surgir e eu repito pra mim mesma algo do tipo...”Pelo menos secador de cabelos você quase não usa e economiza água quando lava louça...!” e nessa falsa absolvição, suspiro de prazer debaixo de toda aquela água enquanto a culpa é evaporada.

Quando, na mesma situação, meus argumentos não são suficientes, desligo o chuveiro pra passar shampoo ou creme no cabelo.

Tenho uma amiga que é doutoranda pela USP com pesquisa na área de sustentabilidade e finanças sustentáveis e é bem gostoso conversar com ela. Me sinto menos impossibilitada à evoluir no aspecto da responsabilidade socioambiental durante nossos papos.

Ela diz que o que a gente precisa é aprender a usar as riquezas ambientais de forma mais inteligente, não com tanta irresponsabilidade e abuso, como vemos hoje. A idéia, segundo ela, não é deixar de usufruir o meio ambiente, mas buscar uma maneira menos consumista e menos perversa de fazer isso.

A verdade é que isso tudo ainda é novo pra mim, mas quarta-feira passada eu fiquei mais esperançosa em receber um indulto dos meus crimes ambientais.

Embora essa história soe mais a comodismo e, em certa medida, ignorância, já que não é uma solução minha, mas enfim...lá fui ao mercado de novo e enquanto esperava a minha vez na fila, ouvi a caixa oferecer uma sacola de papel reciclado pra cliente da frente, ao que a cliente respondeu: “Quero sim, quanto custa?”. A caixa explicou que era de graça e percebi em mim e na cliente da frente um mix de felicidade e surpresa, que acabou se intensificando quando a caixa falou: “Essas sacolas de papel fazem parte de uma experiência, mas o supermercado tem uma meta de acabar com todas as sacolas de plástico em 2 anos!”

Poxa! Pensei, que bacana isso!!!!

E quando ela ameaçou colocar minhas frutas em duas sacolas de plástico, uma dentro da outra aliás, eu disse a ela: “Desculpe, mas eu prefiro aquela de papel!”

Só as frutas continuavam pesadas!

2 de maio de 2010

Em boa companhia

Posso ouvir o fragor como a queda de um muro
Mas é um feixe de luz
Estilhaçando o escuro

A luz toma tanto espaço quanto a presença de um amigo
Ela clareia a estrada
Mas é ele o meu abrigo

Aperta minha mão um pouco mais forte e me conduz ao destino
Me ajuda a não desesperar
Nem cometer desatino

Suas mãos me dão motivo pra andar lugares que ainda me esperam
Intrigantes labirintos
Que aos poucos se desvelam

Numa forma indefinível cada passo se coreografa
O ritmo é dado pelo desejo
E a angústia logo passa

Os atalhos insistem e me querem desviar
Dão indício de cansaço
Pois falta um tanto pra chegar

O feixe de luz cresce e continua a iluminar
Mostra o bom e o ruim
Decido então continuar

Sigo bem acompanhada de uma voz amorosa, persistente
Que me leva a entender
Tudo o que meu corpo sente

A esperança de futuro me faz cruzar trilhas e planaltos
Os atravesso e então percebo
Que tenho sonhos mais altos

Desejo encontrar um lugar onde eu possa descansar
Mas a vida não me permite
Existir só pra sonhar.

18 de abril de 2010

Ilha do Medo

Fui assistir Ilha do Medo no último feriado, um filme muito interessante que, como dizem alguns críticos, “flerta com o estilo de Alfred Hitchcock no gênero de film noir”, creio que a cena que mais dá essa impressão é a do enquadramento DiCaprio no chuveiro, como em Psicose (1960), além da trilha sonora no estilo de filmes antigos de suspense que funciona bem pra gerar muita tensão. O texto é de Dennis Lehane, o mesmo autor de Sobre Meninos e Lobos e tem Leonardo DiCaprio produzindo e atuando brilhantemente no papel principal.

A trama se passa nos anos 50. Teddy Daniels (DiCaprio) é um detetive da polícia federal enviado para Shutter Island, ilha na qual funciona um presídio de segurança máxima para psicopatas. Teddy, acompanhado de seu parceiro Chuck (Mark Ruffalo), tenta desvendar o desaparecimento misterioso de uma mulher acusada de matar os próprios filhos.

Este mistério se amplia durante a investigação e o detetive começa a sentir que não pode confiar em ninguém. O filme mostra Teddy envolvido em labirintos psicológicos, que para o expectador se apresentam num conflito entre o real e o fictício e, desta forma, instala-se o ambiente de insanidade do longa. Um aspecto interessante é que Scorsese mescla a alucinação e realidade utilizando-se de uma estratégia, o onírico, assim, os sonhos de Teddy fazem com que algo que parecesse um erro ou um descuido na produção cinematográfica, se mostre como parte do psiquismo dele.

Martin Scorsese, que tem sido apontado como um dos maiores diretores, vivo, do cinema norte-americano, desta vez faz um sombrio filme de suspense que gira em torno de uma história marcada por uma experiência emocional intensa e a impotência de um ser humano diante dela. Em minha opinião, o filme nos faz refletir sobre nossas próprias fragilidades, é um mergulho profundo no universo da alma humana, onde estão abrigas a sanidade e a loucura.

O estudo da Psicopatologia mostra que um acontecimento traumático é um causador em potencial da cisão entre o ego e a realidade, na medida em esta ruptura se dá por meio da recusa do indivíduo em reconhecer a realidade de uma percepção traumatizante. Segundo Freud, a Psicose é o resultado do conflito entre o Ego e o mundo externo e ocorre em dois momentos: no primeiro ocorre a recusa da realidade e no segundo a construção delirante, que consiste num “remendo aplicado no lugar em que originalmente uma fenda apareceu na relação do Ego com o mundo”.

A cisão com a realidade é a maneira como o psiquismo humano lida com a dor profunda e a dificuldade de sua elaboração, ela ocorre quando o ego não dá conta de aplacar a energia de uma experiência de dor intensa já que a excitação provocada por ela é desproporcional à capacidade do ego em domesticar sua lembrança. Dois mundos se formulam desconectadamente na mesma mente e a alucinação vem numa tentativa de eliminar o desprazer causado pela insatisfação de necessidades.

“A Psicose se depara com a tarefa de
conseguir para si própria percepções de
um tipo que corresponda à nova realidade e isso muito
 radicalmente se efetua mediante a alucinação” (FREUD, 1924)

O filme Ilha do Medo nos mostra bem esta teoria e nos faz entender melhor o sofrimento do doente mental, bem como imaginar a dor de seus familiares diante da psicopatologia.

Leia mais sobre o assunto:
Livro: Esquizofrenia – Coleção Clínica Psicanalítica (Casa do Psicólogo)

21 de março de 2010

Plantão Psicológico

Há três semanas fiz meu primeiro atendimento no Plantão Psicológico na Universidade. Em termos logísticos, o Plantão Psicológico funciona em horários determinados, sem hora marcada, basta que se vá até a Clinica da Universidade para ser atendido por um estudante do 5 ano de Psicologia disponível.

Esta modalidade de atendimento foi desenvolvida por um grupo de psicólogos, professores da USP, e tem como orientação teórica a Fenomenologia Existencial.

O Plantão Psicológico consiste num atendimento que pretende acontecer num único encontro – podendo incluir um segundo se o psicólogo entender necessário, objetivando lidar com a demanda emergente do cliente, levando-o à abertura para novas possibilidades ou escolhas. Um olhar diferenciado para as situações e para si mesmo em meio ao sofrimento psicológico.

Os plantões começaram com a intenção de suprir uma demanda social significativa formada por pessoas que, embora necessitem de atendimento psicológico, não se adéquam ao modelo de psicoterapia tradicional, seja por falta de disponibilidade ou mesmo por falta de interesse.

O grupo de psicólogos que desenvolveu esta modalidade de atendimento percebeu que, em algumas situações, o sofrimento que trazemos se configura a partir de questões pontuais que podem ter diminuído o seu teor de impossibilidade através de um verdadeiro encontro humano que permita a expressão da nossa dor.

Uma curiosidade é que o nome Plantão Psicológico, diferentemente do que muitos posam pensar, não tem para os psicólogos existenciais o sentido comumente utilizado da palavra Plantão – alguém cumprindo um horário específico realizar um atendimento, como um Plantão Médico, por exemplo. Diz a lenda que os primeiros encontros (atendimentos) acontecidos no Campus da USP se deram debaixo de uma árvore, uma planta grande ou um plantão e, embora obviamente o duplo sentido da palavra estivesse presente durante sua escolha, os seguidores da Fenomenologia Existencial preferem a primeira conotação, que favorece empregar ao atendimento um sentido humano e atento ao outro, bem como considerar o fato de o psicólogo ser afetado pelo outro, o que configura um modo de ser-com.

Além disso, não podemos ignorar o fato de este grupo de psicólogos detestar qualquer tipo de associação com o modelo médico e, também por isso, enfatizar o sentido de encontro e de disponibilidade destes atendimentos.

Para a Psicologia Existencial este encontro diz da possibilidade de pertencer, de autenticar aquilo que é seu e se deparar com futuras possibilidades que se abrem, quebrando a mesmice do antigo ser-no-mundo e a rigidez do “tem que” se assim, que muitas vezes nos aflige e nos aprisiona. Um encontro que me impulsiona adiante, à escolhas autênticas por meio de um caminho de busca de respostas, marcado por interrogações estritamente pessoais.

O início de uma nova jornada, sustentada pela liberdade que pode delimitar mais claramente uma ruptura com o “de sempre” e assim, demarcar o pensamento de pertencimento, permitindo que reconheçamos a jornada de hoje inserida na trajetória de vida. Em suma, o encontro proporciona o prazer de mim mesmo como ser-ai de maneira legítima e de uma auto-percepção real que me diz desta possibilidade de pertencer.



                                                “É quase de uma insustentável leveza. E a gente volta e nada está como antes. Mas, ainda assim, posso me reconhecer naquilo que está diferente”. H. Morato

21 de fevereiro de 2010

Revisão

Ver de novo algo que a gente possivelmente distorceu ou apagou da memória.
Checar novamente as condições de nossos brinquedos modernos: carros, motos ou barcos e helicópteros pros mais fartos.
Olhar de novo nossas técnicas profissionais, nossos planos de aula e nosso planejamento pessoal, seja de curto ou longo prazo.
Conferir nosso grau de entendimento de conceitos diversos.
Contemplar mais uma vez nossas contas mensais, nossos afazeres domésticos, nossa dieta!
Realizar uma re-apreciação da própria vida.
Reorganizar roupas e sapatos, às vezes esquecidos no armário e aproveitar pra reavaliar nossos valores pessoais.
Observar novamente o que devemos manter e o que precisamos jogar fora.
Admirar mais vezes as coisas que gostamos em nós mesmos e nas pessoas ao nosso redor.
Esse texto parece meio futil, mas andei pensando em como a vida é feita de repetições.
Talvez seja por isso que a gente vive querendo uma novidade...!

Sentidos Secretos

O poder do nosso sistema senso-perceptivo que é formado pela relação entre cada um de nossos cinco sentidos e suas capacidades em captar a mais sutil informação, seja ela externa ou interna, somada à comunicação destes estímulos junto ao Sistema Nervoso Central e a resposta deste último ao estímulo por ele decodificado, é impressionante.

Com essa idéia na cabeça, fico me lembrando daqueles programas do Globo Repórter nos quais assistimos as imagens holográficas de milhões de ondas eletromagnéticas correndo em milésimos de segundo através de circuitos neurais evoluídos. Me lembra também um professor que tive no primeiro ano de faculdade  e que se esforçava em interpretar os movimentos neurais e pra isso utilizava-se,  inutilmente, de braços, gestos e corridas, melhor seria se ele passasse uma daquelas reportagens, enfim.

Esse interessante tema, sem dúvida, desperta em mim o desejo de entender melhor como se dá este processo, mas tem outro aspecto desta ciência que me encanta infinitamente mais.

Penso que, embora seja através da identificação consciente a que chamamos percepção que transformamos fótons em imagens, vibrações em sons e ruídos e reações químicas em cheiros e gostos específicos, a percepção do mundo por meio dos nossos sentidos não depende exclusivamente do aparelho sensorial, na medida em que o cérebro extrai informações e as interpreta em função da associação de experiências anteriores.

Em outras palavras, o processo de decodificação do estímulo realizado pelo SNC está sujeito ao nosso arcabouço emocional originário da nossa história de vida e da nossa personalidade. Desta forma, gestos, ações e pensamentos, movimentos sutis ou grandiosos, o olhar fixo ou distraído, bem como o fechar dos olhos, as torções da coluna, dos pés e dos punhos, as inclinações corporais e sorrisos, as lágrimas e as expressões faciais que acompanham cada um destes movimentos, podem tornar-se sinais cheios de sentidos secretos e sons inaudíveis, na medida em que são percebidos subjetivamente por cada um de nós.

Numa situação de testagem, o fenômeno que diz respeito a percepção submetida à interpretação do receptor ao estímulo é chamado de Apercepção, no sentido de que cada prancha (figura apresentada em testes projetivos) pode ter diferentes significados para cada pessoa que entra em contato com ela e pode proporcionar o aparecimento de idéias nunca antes conscientemente imaginadas, inclusive pelo próprio testando.

Assim, vemos que tanto a expressão de uma certeza como a de um talvez, poderão ser cridas ou desconsideradas de acordo com o o tipo de linguagem que representarem ao outro: claras e secretas, surdas ou sensíveis, dúbias e indubitáveis, dizeres complexos.

Atitudes que vão além do que os sentidos humanos podem apreender e ultrapassam a capacidade de codificação do próprio ser que o provoca. Um mistério com amplitude tamanha que se mostra impossível de ser completamente analisado. Uma colcha de retalhos multicolorida, cheia de imagens, cheiros e sons, que juntos constroem emaranhados de pensamentos e sensações.

Ao meu ver, o que temos a nosso favor num movimento de tentar sanar interpretações irreais, numa esfera mais superficial do psiquismo humano é a comunicação, já que sua qualidade interfere profundamente no processo interpretativo. Num campo mais íntimo, o auto-conhecimento, que colabora para que as nossas confusões cessem de interceptar os estímulos a nós dirigidos.

17 de fevereiro de 2010

Sobre Pilates - Deise e Fabi na Revista Dieta Já

A modalidade que a atriz Tania Khalill escolheu para manter a forma aumenta bastante a capacidade física e ajuda a perder peso mais rápido. Fora isso, é indicada às pessoas que nunca fizeram atividade nenhuma e, o melhor, para as que não gostam de malhar. Para completar, diminui a ansiedade e, com isso, você come menos. Quer mais? O pilates queima calorias!

Atualmente, muito se ouve falar em uma nova modalidade que está conquistando cada dia mais adeptos, principalmente, entre o público feminino: o pilates. Trata-se de uma atividade que contribui para a saúde do corpo e da mente, e emagrece. Os principais benefícios são percebidos na melhora sensível do condicionamento físico, na postura e na elasticidade muscular. O resultado: você descarta o excesso de peso bem depressa. Quem pode confirmar tudo isso é a atriz Tania Khalill, que pratica a novidade há pouco tempo, mas já nota um progresso em sua condição física e no desempenho para fazer sua atividade favorita, a corrida.

Além de eliminar calorias, o pilates aumenta - e muito - a capacidade de executar exercícios indicados para quem quer perder peso, como caminhada, bicicleta e aeróbicos. Por isso, pode ser considerado o acelerador da dieta.

Um dos primeiros obstáculos na hora de começar a emagrecer é a dificuldade de iniciar os exercícios, devido ao longo tempo de sedentarismo. É aí que entra o pilates. Ele é recomendado a pessoas com problemas posturais, que desejam adquirir mais flexibilidade, além de diminuir o estresse", explica a professora, Fabiane Miguel, da Fórmula Academia (SP). E se minimiza a ansiedade, você passa a comer menos.

Um aspecto importante, e comum para quem está iniciando práticas aeróbicas, é que o pilates ajuda a prevenir lesões, principalmente nas costas, joelhos e tornozelos. "Ele prepara e protege o corpo; isso ajuda no emagrecimento", diz Deise Navarro também professora da Fórmula Academia.
Para quem já eliminou quilos, continuar com o pilates é uma ótima opção, pois ele ajuda a tonificar os músculos e corrigir a postura, que é significativamente prejudicada pelo período que se esteve com excesso de peso. "Fazer pilates ajuda a pessoa ter mais consciência corporal", afirma Deise.

Deise previne que uma avaliação física deve ser realizada antes de iniciar esta ou qualquer atividade esportiva. "É bom para descobrir eventuais desvios de coluna e até problemas mais graves, como escolioses, hérnias ou osteoporose", exemplifica ela.

As formas de praticar

Existem duas maneiras de fazer pilates. Seja qual for a escolhida, Deise recomenda que seja feita duas vezes por semana. A primeira é o Mat Pilates, onde os exercícios são realizados no solo, sobre um colchonete, sem ajuda de nenhum equipamento. De acordo com Fabiane, esta opção pode ser considerada um pouco mais difícil. "O aluno não tem o auxílio de nenhuma máquina e faz os movimentos utilizando o peso do próprio corpo", explica. Essa técnica pode ser feita por pequenos grupos de alunos, coordenados por um educador físico.

A segunda alternativa é o Studio Pilates - o que Tania pratica -, e cuja característica principal são os artefatos utilizados como uma espécie de cama com molas de resistência e outros instrumentos, sempre feito com personal e individualmente. "Neste caso, os aparelhos podem ser regulados de acordo com o esforço que o praticante está apto a fazer", diz Deise.

10 de fevereiro de 2010

Revesus

O contrário, o avesso, simples aparência
Não decido se te esqueço ou te mantenho em latência
O sopro futuro me lembra o passado
Um salto no escuro, um adeus atrasado

O contrário, o avesso, o fim e o começo
Minutos são horas enquanto adormeço
Um sonho é um momento do lado de dentro
Imagens, idéias de medo ou de alento

Ao contrário, no avesso, incerta aparência
Parece com algo, mas apenas na essência
Horas são minutos? Vivência de amor!
E minutos são horas em meio a dor

O contrário, o avesso, não tão simples assim
Confusão de sentidos a espera do fim
O lado certo, o lado errado, diferentes formas de ver
O lado de dentro e o de fora são recortes do viver

O avesso do contrário, o visível natural
O contrário do avesso, apenas a forma original
O mover do pensamento, o virar e o revirar na mente
Idéias soltas são símbolos do tudo que se sente

Ao contrário do agora
Pelo avesso de outrora
O esforço de mexer
No desejo de entender

O claro e o contraditório
Que constitua a lembrança
De um sentido ressentido
Que movimente a balança

4 de fevereiro de 2010

Aplicação das regras e dos princípios de uma arte ou de uma ciência:

Esta é a definição Aureliana para a palavra "Prática", palavra que fica na minha cabeça quando penso que agora sim o ano começou!!!

Pelo menos pra mim...primeira semana de aulas na Faculdade e uma combinação de novidades e mesmices, desejos e medos, empolgação e preguiça, uma mistura de coisas diferentes, mas que geram uma ansiedade similiar àquela do primeiro ano, menos intensa, já que nem tudo é tão desconhecido assim.
Parece que foi ontem, eu entrando numa sala de 50 pessoas desonhecidas, depois de ficar longe disso por bastante tempo (a Pós não conta...éramos em 10 amigos próximos e não tinha provas nem trabalhos em grupo).

A maioria das pessoas da minha primeira e agora antiga sala no curso de psicologia havia entrado num curso superior pela primeira vez e estavam curtindo tudo. Eu também curtia, mas minhas expectativas talvez tivessem a mesma natureza com uma cara diferente em função de não ser tudo assim tão novo. Foi um ano especial aquele primeiro.

Hoje confesso que as coisas não são assim tão divertidas como eram naquela época, as responsabilidades, tanto na minha vida pessoal, quanto na faculdade aumentaram muito. Estamos indo rumo ao atendimento psicológico psicanalítico individual de adultos, cada estagiário com seu próprio paciente. À noite vou ligar pro(a) meu primeiro(a) paciente e me sinto muito feliz em viver isso, um momento, que creio, será marcante, pensando não apenas no sentido de fixação na memória que tem essa palavra, mas, especialmente, como um marco, algo que será pra sempre observado por mim como um momento que divide antes e depois.

É...já estava na hora de viver esse sonho na prática!!!!

31 de janeiro de 2010

O começo do fim

Eu gosto de pensar na relação intensa entre o começo e o fim, bem como a relação entre cada um dos opostos que conhecemos: frio e calor, amor e ódio, tristeza e alegria, etc. Imagino que seja impossível pensar em um sem cogitar o outro ainda que inconscientemente.

Isso me lembra minha infância, o início e o fim das férias, a entrada na padaria e o término do sorvete, o "parabéns pra você" e o extermínio do bolo, o toque do despertador que acabava com a noite de sono, a chegada e a saída do playcenter e, meu Deus!!! O fim dos brigadeiros numa festa de aniversário.

Andei pensando bastante em “fim” nestes últimos dias, já que daqui há 48h começo o quinto e último ano do curso de Psicologia!

E embora eu esteja me sentindo cansada e ansiosa pra que este ano acabe, sinto uma satisfação difícil de explicar em palavras por ter feito esta, que foi uma das melhores escolhas que eu já havia feito na vida. A psicologia, na verdade, faz parte de um pacote de escolhas memoráveis que me enchem de realização como a de me especializar em Pilates, ir morar sozinha, mochilar na Europa e fazer educação física como primeiro curso.

Mas nesse momento me percebo bastante cansada em relação à faculdade, de olho no fim e sonhando com noites livres e ausência de trabalhos, relatórios e provas.

Esse ano promete ser intenso, pois além de tudo que envolve um último ano cheio de estágios fora do período de aula, elaboração (praticamente diária) de relatórios de atendimento e TCC, eu vou iniciar um estágio em atendimento psicológico psicanalítico na UNIFESP. O estágio consiste em realizar um atendimento semanal seguido de supervisão, será uma oportunidade maravilhosa em minha preparação como uma psicóloga clínica.

Na verdade há muitas coisas que me animam pra viver 2010, planos especiais de viagens e de amor, sem falar no prazer que dará o planejamento de 2011, cheio de possibilidades profissionais e pessoais! Já pras possíveis dificuldades deste ano pretendo abusar do meu otimismo e tentar me manter tranquila, certa de que dias melhores virão.

Basicamente penso em aproveitar ao máximo o que tenho pra aprender em dois semestres que passam rápido, especialmente o segundo que é cheio de feriados, e guardar energias pra festejar datas maravilhosas, viagens deliciosas e um recomeço profissional que promete ser incrível!

12 de janeiro de 2010

Muito Doce!

Adoçando a vida...! Ou talvez na opinião de muitos, deixando enjoativa de tão doce!!!


Meu paladar, ao que se refere a doces, continua infantil, sou o tipo de pessoa que pode comer qualquer bolo ou bolacha com uma camada extra de leite condensado e, às vezes, percebo certo espanto nas pessoas enquanto coloco três colheres de açúcar numa xícara pequena de café, se possível acompanhada por um bombom ou um pedaço de chocolate ao leite...humm.


No Réveillon, eu e meu marido passamos com alguns amigos aqui em São Paulo mesmo e eu levei pra festa meu doce predileto... “Pavê de sonho de valsa!!!!”.


A maioria das pessoas só experimentou, porque é muito doce, mas eu e o meu marido, que somos formiguinhas, comemos bastante.


Segue a receita da sobremesa mais doce e mais deliciosa que eu já comi em homenagem à Simony, que estava na festa e me pediu a receita. Deve ser porque ela tem adolescentes em casa:


Ingredientes:




20 bombons Sonhos de Valsa


2 latas de leite condensado


1 lata de leite de vaca


2 frascos de creme de leite (pode ser light) rs


1 colher de amido de milho (maizena)


1 tablete grande de chocolate meio amargo


2 gemas de ovo peneiradas


1 colher de chá de essência de baunilha




Preparo:


Cozinhe uma das latas de leite condensado numa panela de pressão por 25 minutos, tire da pressão e coloque sob água fria ou gelo para esfriar e depois abra a lata para impedir que continue cozinhando no seu próprio calor. Você terá um doce de leite bem clarinho, reserve.


Faça o creme de pavê comumente utilizado nas receitas: misture o leite condensado, o leite, as gemas peneiradas, a essência de baunilha e a maizena e leve ao fogo, mexendo sempre até formar um mingau. Depois acrescente ao creme um dos frascos de creme de leite.


Monte o pavê colocando uma camada do creme e depois outra com 19 Sonhos de Valsa cortados ou esfarelados (se estiver muito calor não dá para esfarelar muito bem, pode-se cortar em 4 pedaços). Depois coloque a lata de leite condensado que você cozinhou.


Derreta o chocolate meio amargo em banho Maria – reservando 2 fileiras de chocolate para enfeitar, e mistura-o com mais da metade do outro frasco de creme de leite.


Enfeite com raspas de chocolate meio amargo e um bombom no centro.


Coloque na geladeira por aproximadamente 2 horas antes de servir.

11 de janeiro de 2010

Pilates e Yôga para adolescentes – Revista Uma Girl by Deise Navarro

Tanto o Pilates quanto a Yôga são atividades indicadas para adolescentes que queiram melhorar seu condicionamento físico e seu domínio corporal, além de adquirir ganhos estéticos e posturais. As alterações físicas experimentadas nesta fase como o aparecimento do seio nas meninas e o aumento significativo de estatura, mais comum em garotos, podem influenciar negativamente sobre a postura.

Atividades como Yôga e Pilates, que promovem um trabalho muscular eficiente, gerando aumento de massa muscular sem colocar em risco os componentes articulares, também auxiliam na melhora postural, desta forma, os resultados estéticos são muito interessantes, atuando diretamente sobre a auto-estima do adolescente.

É importante levar em conta as transformações internas que marcam a adolescência – hormonais e psicológicas que, ao ligarem-se profundamente às externas, incluindo as escolhas do âmbito social: relacionais e profissionais, exercem o papel de solidificar internamente valores e regras de conduta, porém às custas da intensificação de fatores emocionais. Um aspecto que pode colaborar para dar conta de tudo isso é o eficiente trabalho respiratório realizado nestas atividades, que auxilia no ganho de concentração, na diminuição do estresse e da ansiedade e proporciona melhor domínio emocional.

O auto-conhecimento é muito importante em qualquer fase de nossas vidas, mas certamente é especial na adolescência, por isso a prática de atividades que desenvolvam consciência corporal, concentração, flexibilidade e força, colaboram intensa e positivamente neste processo.

Sobre as modalidades, encontraremos certa variedade de estilos de Yôga, que se diferenciarão inclusive a intensidade do trabalho físico e quanto ao Pilates, as modalidades encontradas consistirão em aulas em solo (Mat Pilates) e de Estúdio (Equipamentos).

Creio que a melhor maneira de escolher entre as duas opções é fazer pelo menos duas aulas experimentais de cada modalidade e optar por aquela que gostar mais, pois é importante praticar atividade física com prazer.


Professora Deise Navarro.