23 de setembro de 2010

In Treatment

Independentemente dos interesse e da ocupação profissional, dificilmente encontramos alguém que não goste do tema Psicologia.

Talvez por causa do desejo de saber um pouco mais do nosso funcionamento emocional e mental, que faz parte da busca neurótica por explicações: sobre mim ou sobre o outro.

In Treatment é uma série de TV americana, transmitida aqui no Brasil pela HBO que mostra Psicoterapia de uma forma inédita, bem próxima do real. A série, que está “de férias” no Brasil, estreiará sua 3ª temporada nos EUA em outubro.

Os episódios costumam ser transmitidos diariamente (5x/semana) sendo que, em quatro dos episódios o Dr. Paul Weston (Gabriel Byrne) atende um de seus pacientes e no 5º é atendido por sua analista. Até o final da temporada, cada paciente chega a ser atendido em média 9
vezes.

Embora o cinema há muito aborde a Psicoterapia ou, mais especificamente, a relação entre Paciente e Analista, este seriado apresenta o “setting” terapeutico ao pé da letra, considerando inclusive as questões contratransferencias que surgem e são, algumas vezes interperetadas e em outras, atuadas.

A série é produzida por Rodrigo García Barcha  e é vencedora de um Globo de Ouro e dois Emmys. Foi baseada na série israelense Be’tipul de Hagai Levi.

Os pacientes da 1ª Temporada são:
* Segunda-feira: Laura com profundas questões transferenciais.
* Terça-feira: Alex um oficial da marinha enfrentando situações emocionais intensas.
* Quarta-feira: Sophie, uma ginasta de 16 anos, sofrendo com sua inabilidade para se relacionar (com seus próprios desejos e com o Outro). Sophie é minha predileta, uma história tão emocionante que me fez chorar em alguns momentos.
* Quinta-feira: Jake e Amy numa terapia de casal.
* Sexta-feira, Paul é atendido por Gina (Dianne Wiest), sua analista.

Sei que sou suspeita pra falar do assunto, mas a série é mesmo incrível, inclusive está também é a opinião de algumas pessoas que não são da área da Psicologia, mas que adoraram o seriado. Vale a pena ver.

8 de setembro de 2010

Resposta ao tempo

Estou lendo um livro muito bom chamado: Tempo e Subjetividade no Mundo Contemporâneo: Ressonâncias na Clínica Psicanalítica de Marília P. B. Millan.
A autora nos leva a pensar na influência intensa do tempo sobre a subjetividade do “homem” contemporâneo ao falar da velocidade capitalista e tecnológica de um tempo/espaço globalizante que pressiona e altera a nossa percepção de presente, passado e futuro e dá a sensação de fluidez sobre os momentos, sobre a vida, sobre as relações.
Ainda não terminei minha leitura. Por enquanto, quando leio, me pego "cantando Nana Caymmi" e fazendo muitas associações psicanalíticas que a música e o livro permitem.


Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer