27 de fevereiro de 2011

Transtorno de Pânico e Ansiedade Generalizada: Síndromes Ansiosas

Os termos técnicos referentes aos transtornos mentais, que antes se restringiam aos hospitais ou clínicas médicas, têm alcançado pessoas de diversas camadas sociais e provocado mudanças na forma de ver o ser humano, há tempos observado pelo prisma biológico e hoje analisado também pelo viés emocional.

Muitos autores desconfiam que a fase de transição e a conseqüente mescla entre os ideais modernos e pós-modernos sejam os responsáveis pela freqüência de sintomas de ansiedade e depressão na população ocidental, por razões que poderão se discutidas em outra ocasião, pois a intenção deste post é falar sobre as Síndromes Ansiosas, em especial a do Pânico.

A palavra “síndrome se refere ao conjunto de sinais e sintomas que se agrupam de forma recorrente e são observadas na prática clínica diária” (Dalgalarrondo, 2008).

As Síndromes Ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grupos: Síndrome do Pânico e Ansiedade Generalizada.

O diagnóstico de ansiedade generalizada admite a presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por pelo menos seis meses. Estes sintomas são: angústia freqüente, dificuldade em se concentrar e irritabilidade, insônia, cefaléia, dores ou queimação de estômago e dores musculares, bem como taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria.

Já as crises de pânico acontecem de forma intermitente, intensa e com a eclosão de vários sintomas ansiosos. A crise pode vir acompanhada de agorafobia (fobia de lugares amplos e aglomerações), mas isso não é uma regra.

Podemos definí-la como ataques súbitos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos e afetivos. Atinge cerca de 3,5% da população geral ao longo da vida e é mais comum em mulheres e indivíduos entre 30 e 40 anos de idade.

As crises de pânico trazem sofrimento que vão além de seus episódios, pois apresentam um alto grau de ansiedade antecipatória, caracterizada pelo medo de ter um novo ataque e pelo comportamento de “evitação fóbica” – evitar locais ou situações nos quais já ocorreu um ataque de pânico.

A recorrência de tais crises acompanhadas pelo medo de perder o controle, ter um enfarto ou de enlouquecer, definirá o quadro como Transtorno de Pânico.

Por causa da intensa descarga energética sobre o sistema nervoso autônomo, causada pela ansiedade excessiva, o indivíduo com pânico terá sintomas como: taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamentos em membros e/ou lábios

O grau de despersonalização (sensação de a cabeça ficar leve, de o corpo ficar estranho, diferente, não familiar) experimentada pelo paciente dependerá da intensidade da crise vivenciada.

Tratamento:

A pessoa que tiver pelo menos quatro destes sintomas juntos deverá procurar um psiquiatra, que poderá diagnosticar a presença ou não do pânico. Este profissional irá medicá-lo adequadamente para que haja a diminuição do sofrimento.

Porém, embora o remédio seja importante no tratamento, não é suficiente para por fim ao sofrimento do indivíduo com pânico.

Alguns poderão dizer que isso não é verdade, que tal transtorno pode ser causado pelo desequilíbrio na produção de neurotransmissores e que o ajuste deste desequilíbrio por si só resolve o problema.

Acontece que não se sabe, como dizem, quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Não sabemos se o sofrimento é causado pelo mau funcionamento cerebral ou se é ele, o sofrimento, quem desregula os níveis de neurotransmissores.

Sabemos, porém, que todo sofrimento precisa de um lugar para ser elaborado e a psicoterapia é um dos lugares mais propícios para lidar com a dor e encontrar novos sentidos para a vida. Coisas que o remédio não pode proporcionar sozinho.

Como complemento você também poderá adotar a prática de Yôga ou relaxamento.

22 de fevereiro de 2011

Pilates e Yoga

Comecei a praticar Yoga há aproximadamente um mês e estou curtindo bastante.
Ainda não posso ser considerada um expert no assunto, mas deu pra entender um pouco sobre a prática, especialmente ao que se refere à vivência física, aliás, boa demais.
Muitos dos movimentos eu já conhecia, dado que Pilates foi bastante influenciado pela Yoga ao desenvolver seu método e hoje pude refletir um pouco mais a respeito da proximidade das duas práticas ao responder a algumas questões a respeito para o site: www.vidadejovem.com.br
Um site especialmente elaborado para informar os adolescentes. Segue a entrevista...

1. Qual a diferença e a semelhança do yoga e do pilates?


Na verdade Joseph Pilates era um praticante de Yoga e, por isso, essa modalidade influenciou-o na criação de seu método, hoje conhecido como Pilates. Em termos de movimentos executados, a semelhança é grande, tanto uma modalidade quanto a outra faz bastante uso de movimentos como extensões, flexões e torções de coluna e há, também, em ambas, um intenso trabalho da musculatura abdominal.
Creio que a diferença principal seja a ideologia de cada modalidade. A Yoga, é uma prática milenar que visa a integração da totalidade do ser humano – inclusive, o termo Yoga quer dizer “União”, nesse caso, entre corpo e mente.
Já o Pilates, embora proporcione um trabalho holístico como a Yoga, tem características mais voltadas ao treinamento físico, ou seja, embora não negue, não tem como premissa uma filosofia de vida.


2. Se o adolescente tiver problemas na coluna (lordose, escoliose), o pilates pode substituir o RPG? Por que?


Sim. O Pilates não só substitui o RPG, mas também pode ser mais atraente para o adolescente, pois é mais dinâmico. Outro ponto a favor do Pilates é que, além da prática promover a saúde da coluna, como ocorre no RPG, ele influencia no padrão do movimento do praticante, é uma atividade funcional, e melhora o condicionamento físico. Desta forma, o adolescente passará a se movimentar de maneira mais apropriada para evitar lesões no dia a dia e na prática de outras atividades físicas, além de ter uma melhora considerável em sua postura e sentir mais disposição física.


3. Existe alguma posição do yoga e do pilates que de ser evitada no período menstrual? Por que?


No Pilates não há nada específico neste sentido, o que pode ocorrer é que a menina pode sentir a lombar mais sensível neste período e se incomodar com alguns movimentos, como extensões grandes de coluna (que são movimentos nos quais o tronco e direcionado para trás – a cabeça apontando na direção do bumbum), mas neste caso, ela poderá fazer os mesmos movimentos com uma amplitude menor.
No caso da Yoga, há determinadas posição que não são recomendadas em período menstrual e a praticante deverá procurar orientação de seu professor.
Mas considero importante enfatizar que a prática de exercícios físicos durante a menstruação é uma ótima escolha, pois diminui os sintomas físicos desagradáveis típicos desta fase, além de diminuir o volume do fluxo menstrual com o passar do tempo.


4. Para quem quer ter uma barriga definida, o pilates pode ajudar a definir?


Sim. Um dos principais objetivos do Pilates é o fortalecimento da musculatura abdominal e, para isso, o trabalho abdominal durante a prática é intenso. Mas há uma diferença entre os resultados estéticos na musculatura abdominal na prática de Pilates quando comparada à pratica de exercícios com pesos realizados na musculação, por exemplo.
A utilização de sobrecarga alta (exemplo: halteres e caneleiras pesadas) produzem os conhecidos “gominhos” na musculatura abdominal, como vemos nos halterofilistas. No caso do Pilates, o trabalho abdominal solicita músculos mais profundos, como o transverso do abdômen, e o resultado é mais um afinamento da região abdominal (a cintura costuma ficar mais definida).
Porém, não podemos esquecer que, tanto um resultado quanto o outro, dependerá de fatores combinados à pratica, como uma alimentação com baixa ingestão de gorduras e açucares e a prática de exercícios aeróbicos, em especial para pessoas que estão acima do peso.

11 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa...pra alimentar a alma

O amor, quando se revela...


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer


Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...