23 de julho de 2009

O amor alimenta a vida, a comida o corpo e ambos alimentam a alma!!

Não foram apenas as empresas de propaganda e marketing que entenderam a profunda relação entre a comida e o afeto, já cantaria o outro...”é o amoôor!”. A psicanálise foi a pioneira nesta identificação, os seguidores de Freud interpretavam a presença do “conteúdo alimento” em relatos de sonhos, de modo geral, como um representante do afeto e, posteriormente, tal idéia se estendeu às interpretações e análises de testes projetivos.
Hoje, até os psicólogos comportamentais entendem como, por exemplo, o excesso de comida, na maioria dos casos, evidencia sensação da falta do tão almejado amor do outro, ou de si mesmo, porque não dizer, da parte daquele que come.
Eu não sei qual a amplitude desta constatação pra você, mas pra mim é profunda! Eu amo comer e cozinhar me faz tão bem pro espírito que chega a atingir o mesmo patamar sagrado do de me alimentar. Salgados, doces, bolos...meu Deus! Bolos!
Acho que só quem gosta de cozinhar, e em minha opinião quem não gosta é porque ainda não começou, vai entender o que vou dizer. Não há dúvidas! Cozinhar é amar, é oferecer amor com gosto! Sem querer ser redundante.
E quando as pessoas elogiam, nossa! A gente vai às nuvens. Se não elogiam? Bom, neste caso, eu pelo menos pergunto sutilmente: “Ficou uma delícia não é?” Essa com certeza é a única situação na qual eu não me importo em requisitar elogios, mesmo porque, se a pessoa não achar uma delícia, eu só posso chegar a duas conclusões: ou está com estomago cheio, ou está com gripe e não consegue sentir o gosto direito.
Hoje comecei a escrever meu primeiro caderno de receitas, sei lá se isso está fora de moda, me lembro que minha mãe tinha um quando eu era criança, aliás, todas as receitas dela davam (ainda dão) certo e ela nem precisava (continua não precisando) ficar perguntando se a gente gostou, porque os “hummms” acompanhavam (acompanham) cada garfada!

Bolo de Iogurte - Fácil e Delicioso!

Ingredientes:
1 copo de iogurte natural (pode ser light se preferir)
1 copo de óleo de canola
2 ovos
2 copos de farinha de trigo
2 copos de açúcar cristal
1 colher cheia de fermento em pó

Preparo:

Pré-aqueça o forno por 15 minutos em temperatura média, unte a forma com manteiga e açúcar cristal.
Bata tudo no liquidificador, por aproximadamente 5 minutos ou até misturar bem, derrame a massa na forma untada e polvilhe açúcar cristal sobre ela.
Asse no forno médio por aproximadamente 40 minutos.
Acompanhado de café preto é perfeito!

11 de julho de 2009

Antes de assitir "Babel", vale a pena lembrar "Saramago!"

"Se antes de cada ato nosso nos puséssemos a prever todas as conseqüências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala".

José Saramago, in Ensaio sobre a Cegueira

Babel...Breve Análise Fenomenológica

Quem pode contra a facticidade da vida? Como lidar com a finitude iminente?
O filme Babel nos faz pensar a respeito disso.
Numa trama que une pessoas de diferentes idades, culturas e possibilidades, pode-se encontrar conceitos discutidos pela Filosofia desde seu início na história da humanidade.
Perguntas que nos remetem ao sentido das nossas vidas, a impossibilidade de controle ou escolha diante de muitas situações, o encontro de novas possibilidades frente a diferentes acontecimentos, o fim inevitável a todos os seres humanos e a certeza de que...
“ A dor é universal e a esperança também!”
O filme Babel é de um teor emocional e realista fortíssimo e a escolha de uma ou duas cenas pra uma análise mais profunda é uma decisão difícil, mas escolhi uma e a lancei sobre ela um olhar Fenomenológico.

ENTRE A VIDA E A MORTE

As coisas perderam o sentido, a vida está se perdendo. Há poucos momentos a esposa de Richard sentia-se estressa e infeliz por estar num lugar que não havia escolhido estar. Mas estava! E já que estava ali, tentava buscar um sentido, mas seu esposo preferia o silêncio ou a fuga, como de costume. Há poucos momentos ela escolheu não beber coca com um gelo feito de uma água que não poderia comprovar-se pura, agora, ali está Susan, no chão de uma casa, aos cuidados de uma mulher com mãos sujas, sendo costurada em seu ferimento por uma agulha de um veterinário e mais tarde, fazendo xixi nas calças.

A morte iminente muda os significados, a fragilidade do ser humano é assim, em questão de segundos tudo pode mudar. Mas o esposo dela está ao seu lado e ela deseja sua presença. Richard também muda diante da finitude que ameaça levar com ela o seu amor. Novas possibilidades! Antes, Richard não podia encarar a dor da morte do filho, ele fugiu, agora, não faz mais sentido, ele pode, talvez tenha pouco tempo, talvez nunca mais possa! Ele precisa aproveitar, porque senão, como será encarar a culpa do não ter dito o que precisava ser dito? A culpa de não ter pedido perdão, de não ter repetido o ‘eu te amo’ que provavelmente havia perdido o seu lugar na relação há tempos?
Resta pouco tempo agora, a ambulância não chega, nem o helicóptero parece estar vindo. Os turistas partem com o ônibus. Egoístas? Ou simplesmente escolhendo cuidar de si mesmo? Quem pode julgar os significados e valores deles? Afinal, todos somos ser-para-morte não é mesmo? Será que não é instintivo tentar fugir deste destino? Como eles lidarão com a culpa caso Susan morra é outra história.

O que importa agora é o ser-com que envolve sim Richard e Susan, especialmente, mas também envolve o guia da excursão, solidariedade sem interesse, de alguém que mais tarde não aceitará o pagamento, em dólares, veja só! E a solicitude da senhora que abriu sua casa para receber Susan e que também cuidou dela? “Chamem um médico!”; “Por favor! Alguém me arrume um médico ou será tarde demais!” Pensamentos naturais, perfeitamente ajustados à condição humana, Richard chora!

Um médico, não! Um veterinário e mais uma demonstração de solidariedade que chega junto com a que poderia ser recebida com status de verdade absoluta se dada por cirurgião de Manhatan, mas que ecoaria com a mesma força no coração de Richard e Susan...”Se não fecharmos a ferida, ela irá sangrar até morrer!”

Morrer! Mas porque é tão difícil lidar com algo tão comum a toda espécie humana. Este casal mesmo já havia lidado com tantas pequenas mortes em tantas outras situações, será que se lembram do momento exato em que a comunicação perdeu o significado na vida a dois? Ou onde ficou valor que havia no hábito de andar de mãos dadas ou de dormir abraçados e/ou rirem juntos? Mas agora é diferente, é a perda pra sempre que desenha a facticidade deste casal. Um novo projeto precisa ser elaborado e Susan diz...” Se eu morrer, não abandone as crianças”! E Richard, ainda que desesperado com esta possibilidade responde: “Eu nunca os deixarei de novo”, a partir de agora o sentido da vida dele seria outro? Sim, seu destino corria o risco de mudar, mas na verdade já estava diferente, desde o momento em que ele se deparou com a sua mulher sangrando, logo após ter recebido o tiro.

Richard agirá de forma diferente agora, não os abandonará como fez com quando seu outro filho morreu. E quanto a Susan? Tão próxima daquilo que é o futuro de todos nós, a finitude, a morte...quais são as intenções que a levam a expressar através da linguagem...ainda que com pouca força pra falar a possibilidade de ser culpada, de ter sido considerada culpada, pelo marido, por ela mesma. Devedora! Faltante, ela diz – “Não foi minha culpa, ele não estava respirando” – não um falatório apenas, uma fala significativa, emocionada, talvez uma parte dela que esteve escondida, quem sabe irreconhecível na maior parte do tempo, revelando sentimentos que nem pra si mesma imaginou conseguir assumir, reconhecer como seus...autenticá-los!

A conversa deste casal, diante da finitude, foi terapêutica, pois foi significativa e permitiu uma nova forma de ser-com entre eles que irá gerar novas maneiras de ser-no-mundo. O objetivo era experimentar a presença um do outro, compreender era o verbo perfeito pra este encontro, junto com o mais importante de todos, amar. Conceitos e verdades absolutas foram deixados para trás e novos sentidos estavam se articulando, significados antes cristalizados caíam ao chão, pra ele, para ela, para toda a família.

10 de julho de 2009

Dia de folga

Alguém pode me dizer como se aproveita de verdade um dia de folga, sem ficar com a sensação de que se está deixando de fazer outra coisa que te faria aproveitar ainda mais?
Férias sem viagem é algo estranho, pelo menos pra mim. Fico com a sensação de que muitas oportunidades estão escoando entre meus dedos. Drama!
Faço listas do que fazer e acabo ficando com preguiça e passando o dia no sofá. Bom, não o dia todo, passo pelo menos 1 hora na academia, também depois de tudo que eu comi no sofá!
E todos aqueles planos de sair? Parque, cinema, compras, visitas a parentes, almoços com amigas, preparar um jantar pro namorado...nossa, só de pensar fiquei cansada, acho que vou voltar pro sofá.
Isso! Sofá, reprise de friends pela quinta vez! Uau! Isso que é saber aproveitar um dia de folga!!

Autoconhecimento

Me definir...?! Vivendo momentos tão diferentes em tão pouco tempo...amo mesmo a Psicanálise!Eu queria escrever algo diferente aqui, mas nada parecia passar perto de "quem sou eu".
De repente me dei conta que poucas foram as vezes que eu escolhi por mim mesma, acabava sempre decidindo a partir do outro, familia, amigos, amores...Agora, influenciada por muitas descobertas ao meu próprio respeito, me defino como alguém que deseja se ouvir! Mais do que isso, alguém que deseja explorar desejos pouco explorados, coisas que quero, mas tenho adiado ou simplesmente pensado pouco a respeito.Hoje sou alguém que tenta ouvir seu próprio coração, seus próprios sonhos...ouvir a si mesma!Esta é uma fase a respeito de sonhos..."sonhos que podemos ter"

Dá prazer de ler

‘A cura de Schopenhauer’, ‘Mentiras no divã’, ‘Quando Nietzsche chorou’ - escritos por Irvin D. Yalom, um psicanalista que depois de escrever livros didáticos de psicoterapia, iniciou a produção destes - de ficção, profundamente envolvidos com a psicanálise e a psicoterapia existencial. Os três são excelentes fica difícil preferir algum, embora, no fundo, realmente acho que ‘Quando Nietzsche chorou’ é imbatível, talvez pela minha ‘queda’ por Freud, talvez...!
‘O analista de Bagé’, o original, dos antigos (digo...não o lançamento ‘Todas as Histórias do Analista de Bagé’, recente obra de Luis Fernando Veríssimo). Eu tava querendo ler há algum tempo e encontrei num Sebo aqui perto de casa, acho que a única coisa que posso dizer deste livro é que paguei R$10,00 num livro IMPAGÁVEL!!!! Adorei!

Filosofando

Meu interesse sobre Filosofia tem aumentado, acho que é porque ela faz a gente pensar o todo, nos deixa mais distante das emergências do cotidiano ao mesmo tempo em que nos faz repensar o valor de todas elas.
Outro dia tentei ler 'Além do bem e do mal’ de Nietzsche, uma leitura interessante e proporcionalmente difícil, quer dizer, dificílima! Enfim, não consegui ir muito longe, mas numa coisa me fez pensar, que, durante o curso de Educação Física, em meio a aprendizagem das regras de voley, basquete, handball; entre o estudo da técnica da natação e do atletismo, diante da beleza e a graciosidade dos movimentos de ginástica rítmica, ginástica olímpica e dança folclórica; entre as gargalhadas nas aulas de recreação e ginástica infantil e enquanto eu decorava a localização e as funções de: bíceps, tríceps, crista ilíaca, popliteo, esternocleidomastóide e manguito rotador de ombro, deveria ter lido mais!

Acha pouco? É, realmente não é o melhor insight do mundo, mas é um começo.

8 de julho de 2009

Balance

O significado da palavra Balance sempre me intrigou. Admirava as pessoas que tinham equilíbrio: emocional, expressivo, físico, relacional. Ao mesmo tempo, eu achava estranho e as vezes inatingível, tal patamar.
Talvez porque a minha personalidade sempre me impediu de ser assim, me impelindo a risadas altas, choros longos, abraços apertados, movimentos rápidos e comentários muito, muito indiscretos.
Acontece que estou ficando mais velha e tenho pensado que o equilíbrio está, de certa forma, contido na maturidade. Continuo rindo alto e minha indiscrição as vezes me vence e só me resta pensar..."ops! acho que falei demais!". Mas tem algo em mim mais equilibrado e acho que se refere a maneira de ver a vida.
Mas esta ainda é uma análise embrionária, rudimentar eu diria. Um começo pouco balanciado, engatinhando a futuros e mais profundos exames e suas consequentes constatações.