2 de maio de 2010

Em boa companhia

Posso ouvir o fragor como a queda de um muro
Mas é um feixe de luz
Estilhaçando o escuro

A luz toma tanto espaço quanto a presença de um amigo
Ela clareia a estrada
Mas é ele o meu abrigo

Aperta minha mão um pouco mais forte e me conduz ao destino
Me ajuda a não desesperar
Nem cometer desatino

Suas mãos me dão motivo pra andar lugares que ainda me esperam
Intrigantes labirintos
Que aos poucos se desvelam

Numa forma indefinível cada passo se coreografa
O ritmo é dado pelo desejo
E a angústia logo passa

Os atalhos insistem e me querem desviar
Dão indício de cansaço
Pois falta um tanto pra chegar

O feixe de luz cresce e continua a iluminar
Mostra o bom e o ruim
Decido então continuar

Sigo bem acompanhada de uma voz amorosa, persistente
Que me leva a entender
Tudo o que meu corpo sente

A esperança de futuro me faz cruzar trilhas e planaltos
Os atravesso e então percebo
Que tenho sonhos mais altos

Desejo encontrar um lugar onde eu possa descansar
Mas a vida não me permite
Existir só pra sonhar.

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