21 de outubro de 2011

O futuro

Quando eu era criança imagina muitas coisas pro meu futuro.
Na verdade eu era o tipo de criança que, como diziam na minha época, vivia no mundo da Lua!
Eram tantos planos e sonhos...eu queria ser bailarina, pianista, professora, mãe e queria viaja muito mais.
Me lembro que eu queria morar na praia, pois eu achava que poderia tomar sol todos os dias e depois de enjoar de mergulhar em ondas de espuma bem brancas (meu parâmetro eram as ondas Copacabana, a praia que mais frequentávavmos) eu voltaria pra casa e comeria macarronada, meu prato predileto até hoje!
Meu mundo de fantasias não tinha rostos, cenários ou roteiros específicos, mas tinha de tudo um pouco: encontros, passeios, paisagens, platéias, atores de filme de faroeste que eu assistia com meu pai, galãs de novela e bebês Johnsons (outras duas expressões da minha época de criança).
Nas estórias que eu imaginava eu estava sempre toda arrumada, com as unhas pintadas, baton e salto alto - eu tinha um tamanquinho que eu não trocava por nada.
Eu venho pensando no futuro nos últimos dias e é engraçado como pensar no futuro me fez lembrar do passado, seria um tipo de resgate? Se for isso, que seja de tênis!
E acabei também pensando no presente e na velocidade com que os dias passam. Acho que as atividades do presente são tantas que é preciso muito esforço pra "lembrar" o futuro.
Mas eu não quero desistir, não quero ser vencida pela intensidade ou pela velocidade do presente, nem tão pouco pela impossibilidade de governo do futuro.
Quero escrever, pensar, desejar  e sonhar o futuro, quero vivê-lo e tomar decisões que o construa, nem que pra isso eu precise resgatar as memórias  e a coragem de sonhar da minha infância.

2 de outubro de 2011

Quem somos nós? O início de uma reflexão Psicológica.

Para responder a essa pergunta, creio que será preciso muito mais do que um texto reflexivo num blog.
Para dar resposta a essa dúvida, que atingi mais ou menos aspectos da vida de cada um, será preciso envolver recursos psicológicos que muitas vezes, apesar de existirem em nós, permanecem aterrados por modus operandis rígidos, inflexíveis.
 Há muito a percepção humana tem sido investigada na tentativa de teorizar cientificamente como exatamente ela funciona.
Tal descoberta, além de todo carater interessante que possui, proporcionaria ao indivíduo que tivesse acesso ao tema, muito mais do que conhecimento científico.
Creio que há em nós, além da sede pelo conhecimento das coisas e das pessoas, um desejo intenso de auto-conhecimento e de sentimento de pertencimento (em psicologia,o tema Sentimento de Pertencimento é bastante utilizado para expressar o desejo humano de viver em sociedade e manter relações importantes de diferentes graus de envolvimento).
Atulamente, este sentimento de pertencer tem sido prejudicado, em muitas instâncias, pela globalização cultural. A mistura cultural que presenciamos nos dias de hoje acaba por atacar o sentimento de pertencer, na medida em que nos ocupa com as novidades e costumes externos a nossa cultura e nos distancia da nossa história.
No Brasil, essa é uma questão importante, não só pela grande influencia americana que sofremos, ou absorvemos sem muita crítica, mas pela falta de cuidado com os signos da nossa história. Nossos museus e ícones culturais não recebem atenção como os dos países europeus, por exemplo, que, apesar de sofrerem influencias externas do turismo, e creio que o exemplo mais significativo deste movimento na Europa seja Paris, ainda mantém bem cuidados seus ícones culturais.
Numa análise mais "doméstica", essa pergunta vem com mais intensidade...quem somos nós? Quem são nossos familiares, onde estão, que tipo de relação que mantemos com eles?
E indo mais longe, ou, na verdade chegando mais perto, se colocarmos em prática nossa auto-percepção nos depararemos com perguntas feitas na primeira pessoa : "Quem sou eu? Qual a minha história mesmo? Quais eram meus planos e quais são agora? Quais são minhas expectativas profissionais, pessoais, familiares? Quais são minhas convicções? O que eu amo e o que eu odeio?"
Bem...estas perguntas que quem leu este texto pode ter pego pra si, compõe, com muitas outras, uma reflexão que começou em mim há muitos anos e que permanece ativa no processo de estruturação dinâmica da minha Identidade.