22 de dezembro de 2010

Adeus ano velho

O ano acabou, dá para acreditar?


Para mim está difícil de assimilar.


Me pego perdida em meio aos dias da semana e do mês, olho o calendário com freqüência e fico com a sensação de ter esquecido algum compromisso com alguém, em algum lugar diferente do que eu me encontro no momento.


As vezes penso que essas sensações são reflexo de um ano intenso, cheio de relatórios, provas, atendimentos e leituras. Como se meus neurônios estivessem viciados em atividades e prazos.


Outras vezes penso que essa é a maneira pela qual meu inconsciente se expressa a respeito do desejo intenso que tenho por 2011.


E me surpreende ao me fazer perceber o quanto eu quero este novo ano. Sinto uma energia potente pronta para me lançar em sua direção.


Aos poucos 2010 vai se transportando para uma outra instância dentro de mim, sendo guardado, pedacinho por pedacinho, em meus arquivos de memórias até que grande parte dele caia no esquecimento.


Adeus Ano Velho!

12 de dezembro de 2010

Identidade

"Para Lacan, todas as identidades são equivocadas, no sentido de serem superficiais, parciais. Nós as usamos para funcionar no mundo, mas precisamos sempre lembrar-nos a que preço. A questão não é ficar sem nome, rejeitar a pergunta 'Quem sou eu?', mas dar continuidade à conversa sobre a identidade. É esse o trabalho da psicoterapia: aprender a assumir uma identidade e a questioná-la. Esse é um dos principais modos pelos quais falar ajuda".

Luepnitz, Deborah Anna. Os porcos-espinhos de Schopenhauer: a intimidade e seus dilemas. José Olympio: Rio de Janeiro, 2006. p. 190.

Esta e outras partes de livros interessantes você encontra no blog: http://aparteaparte.blogspot.com/, visite!!!

Realização profissional

Ser bem sucedido profissionalmente tornou-se uma cobrança social intensa desde a modernidade e passou a compor a lista de itens que supostamente garantem a felicidade prometida pela cultura capitalista representada pelo sucesso e pelo potencial de consumo.


Ontem fui a uma festa de aniversário e em dado momento iniciou-se uma conversa a respeito disso. Um dos convidados perguntou ao meu marido o que ele “faz da vida” e todas as atenções se voltaram para a sua resposta sobre ter abandonado uma carreira promissora no banco para cursar Psicologia em tempo integral.


Um mix de espanto, inveja e curiosidade tomou conta da roda, fator que em nada me espantou, já que essa reação é bastante freqüente diante desta afirmação, mas me chamou a atenção a resposta (no sentido de reagir a) do convidado que havia perguntado. Ele começou a declarar sua admiração à coragem pela decisão do meu marido. Num tom de entusiasmo ele dizia que concordava e entendia aquilo como uma atitude digna de cumprimentos! E logo depois falou um pouco sobre seu desprazer profissional no mundo coorporativo, falou de toda competitividade e stress e de como sonhava em deixar tudo e ir fazer faculdade de nutrição ou de educação física.


Isso tudo ficou na minha cabeça. Acabo de finalizar um curso de Psicologia de 5 anos e tenho pensado bastante sobre o tema “recomeço profissional”.


Ouvir aquele rapaz me trouxe orgulho por minhas escolhas, ainda gosto demais da educação física e agora poderei atuar também como psicóloga. Tenho muitos planos e nesse primeiro momento e o privilégio de permanecer num trabalho que gosto tanto e iniciar outro sem o stress financeiro de um começo, além de poder contar com a flexibilidade de tempo que ambas as profissões permitem.


Esse contexto não aplaca totalmente minhas inseguranças, mas fortalece minhas esperanças!


É preciso ter coragem e convicções firmes para optar ser feliz profissionalmente e acredito que muitas pessoas atualmente têm revisto as definições de sucesso e realização baseadas em dígitos da própria conta bancária!

7 de dezembro de 2010

Despedida

O fim faz lembrar o começo:
O frio na barriga
E todas as incertezas
Os planos futuros como luzes acesas


Coisas novas na agenda
E os sentidos nelas focados
Soma-se tarefas inéditas
Abandona-se hábitos passados


E o fim recomeça
Bem juntinho do início
Todo momento ao seu lado
Sussurrando com um suplício


É só questão de tempo
Lá vem o fim despontando
O meio passaria menos rápido
Não fosse o fim o apertando


A hora do adeus é inevitável
Mas só alguns conseguem ficar
Distraindo-se com lembranças do vivido
Que por vezes fazem o coração apertar


Outros preferem partir
Por vontade ou impossibilidade
De se despedir finalmente
E reiniciar o presente.